04-10-2022
É possível um país produzir 120% das suas necessidades de água?
Quando pensamos em Israel vem-nos à ideia um país com um clima seco, paisagens áridas e desertos a perder de vista. E é verdade que a natureza é assim. Mas também é verdade que a necessidade aguça o engenho e, neste momento, Israel produz 20% mais água do que aquela que necessita para o seu dia-a-dia.
É claro que este rácio tem em conta a produção de água, e também as necessidades de água. Podemos melhorar este indicador aplicando políticas com impacto no numerador, mas também é preciso aplicar políticas que tenham um forte impacto no denominador. Se esbanjamos água, será muito difícil atingir o equilíbrio pretendido.
Em termos agrícolas Israel é quase 100% autossuficiente, importando muito poucos produtos. Isto quer dizer que a agricultura é uma das atividades com mais impacto no consumo de água. Através da rega gota-a-gota as plantas utilizam quase 95% da água utilizada, o que não acontece com os outros sistemas de rega, principalmente por causa da evaporação.
Outra medida com grande impacto foi a reutilização da água tratada para a rega. A água proveniente dos efluentes domésticos não depende do clima, mas sim da qualidade de vida dos cidadãos. Neste momento é reutilizada na agricultura 86% da água tratada, após atingir uma qualidade quase potável.
Também a água pluvial, após ser tratada para a remoção dos detritos urbanos (principalmente aqueles altamente poluentes e que são produzidos pelos veículos automóveis) é armazenada e utilizada para rega, aumentando ainda mais a disponibilidade.
A dessalinização de água é outra fonte praticamente inesgotável, e o país conta já com 5 unidades em pleno funcionamento, prevendo-se a abertura de mais 2 no próximo ano.
Todas estas medidas que levaram ao aumento na produção foram acompanhadas por campanhas mediáticas, incentivando a redução do consumo. Isto fez com que o consumo baixasse de mais de 500 milhões de m3 por ano, em 1967, para menos de 100 milhões de m3 já em 2015.
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