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31-08-2022

O impacto das alterações climáticas nas vindimas

Impacto - Alterações - Climáticas - Vindimas


As temperaturas médias globais aumentaram significativamente desde a revolução industrial e a última década (2011-2020) foi a década mais quente de que há registo. Dos 20 anos mais quentes, 19 ocorreram desde 2000.


Os dados do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas mostram que 2020 foi também o ano mais quente de que há registo na Europa. A maioria dos dados indica que se deve ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa produzidas pela atividade humana.

O mais recente Relatório sobre o Estado do Clima Europeu de 2021 confirma que as alterações climáticas já se estão a fazer sentir. Das temperaturas altas às tempestades abruptas, quedas de granizo e chuvas intensas fora de época, o clima tem mudado.

 

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O vinho português que representa 2,4% do total de exportações nacionais também se tem ressentido com as alterações climáticas e cultivar este produto icónico tem-se tornado um desafio.

Os cientistas e os historiadores estabeleceram um registo das colheitas desde 1354 (nos últimas décadas com recurso a drones e à análise multiespectral - ver última imagem) e descobriram que a temperatura do ar aqueceu tanto que as uvas estão a ser colhidas quase com duas / três semanas de antecedência relativamente à sua norma histórica.

Todos os anos o ciclo repete-se e tudo começa no inverno período durante o qual a videira está em repouso vegetativo. Com o passar da Primavera, ocorre a floração, uma etapa crucial para o desenvolvimento de frutos de qualidade e de seguida, a maturação dos bagos. A maturação tende a acontecer durante a fase final do Verão e é durante esta fase que os bagos acumulam os açúcares e outros compostos essenciais que, após a vindima, são trabalhados e transformados em vinho.

Os vinicultores conhecem de perto estes estágios de crescimento: a aparência das videiras à medida que amadurecem durantes as longas estações; e a curva gordurosa, açucarada e perfumada das uvas quando estão prontas para ser transformadas em vinho.

Este ano, atendendo à seca que o país atravessa e o calor extremo que se fez sentir no mês de Julho e no início de Agosto, as uvas amadureceram mais depressa que o habitual e as videiras começaram a secar. Por essa razão os cestos já estão prontos para mais uma vindima: a mais precoce de sempre. Para não prejudicar a produção, a decisão foi tomada e a vindima não pode esperar mais.

A vindima acontecia por tradição a meio de Setembro, mas este ano já há registo de quintas vinícolas a colher uvas na segunda quinzena de Agosto. Devido às alterações climáticas vindimar mais cedo passou a ser regra um pouco por toda a Península Ibérica.

 

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